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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Guebuza reconhece baixo nível de reembolso dos 7 milhões

Desenvolvimento de iniciativas locais em Manica

Do total de 142 milhões de meticais concedidos para financiar diversas actividades de geração de rendimento e emprego, nos nove (9) distritos que a província possui, durante o ano passado apenas sete milhões foram devolvidos aos cofres do Estado. A módica quantia de 135 milhões está sem retorno.

O presidente da República, Armando Guebuza, revelou à nossa reportagem, no último dia da sua visita à província de Manica, que o nível de reembolso dos vulgo 7 milhões de meticais, alocados aos distritos, ainda é fraco.

Apurámos junto do chefe de Estado e das autoridades governamentais da província de Manica que não está a haver reembolso. É preocupante o que está a suceder.

O nível do reembolso dos fundos de desenvolvimento de iniciativas locais nesta região, é praticamente nulo. Do total de 142 milhões de meticais concedidos para financiar diversas actividades de geração de rendimento e emprego, nos nove distritos que a província possui, durante o ano passado apenas sete milhões foram devolvidos aos cofres do Estado. A módica quantia de 135 milhões está sem retorno.

O nível de devolução representa apenas cinco por cento do referido valor.

A estratégia do governo está claramente a falhar. O governo está a aplicar dinheiro do Estado que não está a trazer nem obras nem retorno. Se esse valor fosse aplicado noutros projectos de desenvolvimento sócio-económicos, propostos para o futuro desta província, certamente que teria aumentando o número de beneficiários dos fundos, comenta-se agora. O que também se diz é que este dinheiro está apenas a enriquecer ilicitamente certas pessoas nos distritos e está a levar a corrupção para os distritos.

“O facto resulta , por um lado, da fraca capacidade dos Conselhos Consultivos Distritais (CCD’s) na aprovação de projectos, e, por outro, da ausência de experiência da parte dos beneficiários, em matéria de gestão de negócios”, disse o chefe de Estado Armando Guebuza, numa conferência de imprensa em Mussorize, tentando deitar água na fervura. Afinal estes fundos não estão a resultar como se apregoava e o projecto é de Guebuza. Está claramente a falhar e a criar indignação nas pessoas que assim estão a assistir a dinheiro do Estado a ir-se sem que as comunidades beneficiem de resultados.

Conforme disse Guebuza na Conferência de Imprensa, para ultrapassar o que está acontecer foi já traçado um projecto de formação e capacitação, quer dos membros dos Conselhos Consultivos Distritais, assim como dos mutuários, sobre os princípios fundamentais a ter em conta na aprovação de projectos e de gestão de negócios, dirigido aos elementos dos CCD’s e aos beneficiários dos fundos, respectivamente. Mais fundos irão ser drenados. Será que vai resultar? É a pergunta que só o tempo poderá responder.

A ideia é de permitir que se aprovem projectos que sejam exequíveis e também garantir que os mesmos tenham uma maior rentabilidade, por forma a assegurar o retorno do dinheiro, para beneficiar a outras pessoas e associações locais, que manifestem interesse de usá-los noutras iniciativas de carácter económico, é o que agora se diz ao insistir-se no que está apenas a ser um autêntico assalto a fundos públicos.

Mas o presidente Guebuza vai insistindo e diz: “Estamos preocupados com o nível de reembolso. É por isso que vamos intensificar as acções de formação e convidar os mutuários a honrarem os compromissos”.

Armando Guebuza ressalvou que estas acções de formação desempenham um papel de grande importância no âmbito das necessidades de devolução, na totalidade, dos valores concedidos como empréstimos para a implementação das referidas actividades.

Em defesa do seu projecto autenticamente falhado, o presidente Guebuza foi brandindo números. Disse, por exemplo, que os fundos de desenvolvimento de iniciativas locais criaram, em Manica, 5.861 novos empregos. São números que ninguém pode aferir. Mas o chefe de Estado usou outros argumentos em defesa do que todos já comentam ser apenas uma forma de usar indevidamente fundos do Estado, precisamente por não ter retorno, como está a acontecer por todo o país. (Jose Jeco)

CANALMOZ – 10.08.2009 (fonte)

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