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sexta-feira, 16 de julho de 2010

“É preciso ver o impacto dos sete milhões e não os níveis de devolução” – Armando Guebuza

Dos cerca de 3.1 milhões disponibilizados desde 2006 no âmbito do FIL Reembolsado menos de 5 % - a cifra mostra, claramente, que dificilmente o Estado vai conseguir reaver os valores - “É preciso ver o impacto dos sete milhões e não os níveis de devolução” – Armando Guebuza

(Maputo) Com os números que vem a público todos os dias e com as denúncias incessantes das populações em relação a filosofia de atribuição do Fundo de Investimento Local (FIL), fica claro que o Estado não mais conseguirá recuperar efectivamente o valor alocado no âmbito desta iniciativa que o governo de Armando Guebuza teima em não reconhecer que está a falhar grosseiramente.
No seminário regional norte, evento que junta administradores distritais em Nampula, visando, basicamente, ensinar a estes a filosofia de desembolso que deve ser usada na atribuição dos vulgo 7 milhões, os relatórios apresentados indicam que apenas 151800,47 Meticais, dos 3.1 mil milhões disponibilizados pelo Fundo de Investimento de Iniciativa Local foram reembolsados em todo o país desde 2006, altura da criação deste fundo, até ao ano passado.
Este valor, segundo o documentobalanço apresentado no encontro, corresponde a 4.81 porcento do valor total disponibilizado, que é de 3.159166,21 meticais.
A concessão e alocação deste valor, iniciado em 2006, sempre e de forma permanente recebeu duras críticas por quase toda a sociedade. Os políticos da oposição, por exemplo, dizem não ter dúvidas que a atribuição do valor foi concebido única e exclusivamente para cimentar a hegemonia do partido no poder, a Frelimo, ao longo do país principalmente ao nível das comunidades rurais.
Analistas económicos, por seu turno, mesmo dando nota positiva a concepção em si do fundo, criticam duramente o modo da sua atribuição, tendo em conta que os administradores não estão capacitados para gerir o valor nem os chamados Conselhos Distritais, constituídos basicamente por membros do partido no poder.
Defendem assim os analistas económicos que o valor devia ser canalizado através de uma entidade bancária que avançaria com métodos de atribuição seguros, garantindo, deste modo, que os beneficiários sentissem a necessidade de devolverem o valor.
Naquilo que pode ser tido como reconhecimento de que dificilmente se vai conseguir recuperar o valor desembolsado e que continua a ser desembolsado, o Presidente da República, Armando Guebuza, tem, nos últimos tempos, tentado contornar o discurso, apelando para a necessidade de não se olhar muito para o nível dos desembolsos mas sim para o impacto que o valor está a criar no seio da população.(Redacção)
Mediafax 26.05.10 (fonte)

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