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sexta-feira, 16 de julho de 2010

“Combate a pobreza não é distribuir dinheiro”

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, adverte que o combate a pobreza não consiste na distribuição de dinheiro.

“Combater a pobreza não é distribuir dinheiro” disse hoje Guebuza, durante um comício popular que ele orientou no distrito de Pemba-Metuge, e que marcou o seu primeiro dia de uma visita de cinco dias a província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, onde também vai escalar os distritos de Palma, Meluco, Ancuabe e Chiúre.

Segundo Guebuza, quando as pessoas recebem dinheiro podem comprar roupa, comida e usá-lo na aquisição de outras coisas úteis.

“Mas isso não é suficiente para acabar a pobreza”, disse Guebuza para de seguida argumentar que “depois de comprar a roupa ficamos sem dinheiro para comparar outra roupa”.

Segundo o Estadista moçambicano, combater a pobreza “é escolher a maneira mais sábia de usar o dinheiro de modo a criar mais emprego”.

Mais uma vez, Guebuza tentou incutir o espírito de trabalho nos moçambicanos, afirmando que “é preciso criarmos o hábito de trabalhar para que no fim do mês possamos ter mais dinheiro”.

“Apenas dessa maneira podemos dizer que estamos a combater a pobreza”, sublinhou Guebuza.

Na ocasião, Guebuza estabeleceu uma analogia entre os Fundo de Investimento de Iniciativa Local (FIIL) e uma semente.

Em 2006, o governo moçambicano instituiu o FIIL, vulgo “Fundo dos Sete Milhões” que tem como objectivo a promoção de emprego e projectos de geração de emprego e rendimento.

“Se eu oferecer a alguém uma manga e depois a pessoa come a manga, então acabou”, disse Guebuza.

Contudo, explicou, “se eu pegar na mesma manga e semear o caroço e depois regar, a seguir vai crescer uma mangueira que vai produzir muitas mangas. O mesmo sucede com o dinheiro”.

“E por isso, entregar os sete milhões é responsabilidade do Conselho Consultivo para termos a certeza que entregamos a alguém que vai semear e, depois, quando crescer a planta, vai devolver, para poder criar outras sementes para outros também poderem usar”, explicou o Chefe de Estado moçambicano.

Guebuza reagia as alegações de uma cidadã que subiu ao pódio para manifestar as preocupações que afligem aos habitantes da província de Cabo Delgado, e do distrito de Pemba-Metuge em particular, segundo as quais o Fundo de Investimento de Iniciativa Local estaria apenas a beneficiar as pessoas ricas.

Segundo o governador da província de Cabo Delgado, Eliseu Machava, o governo central contemplou no âmbito do Orçamento de Investimento de Iniciativa Local um total de 355,8 milhões de meticais, dos quais já foram reembolsados até a data 21,1 milhões de meticais.

A taxa global de retorno, a qual incide apenas sobre os valores de 2007 a 2008, situa-se em cerca de 8,7 milhões de meticais.

Machava apresentava o seu informe do desempenho do governo provincial referente ao ano de 2008.

Na sua mensagem a população exigiu uma melhor vedação para o Parque das Quirimbas, de forma a minimizar o conflito Homem-Animal.

Na ocasião, Guebuza pediu a população para entregar parte dos produtos que lhe foram oferecidos as pessoas mais vulneráveis e mais desfavorecidas das sociedade entre as quais as crianças órfãs e as pessoas que se encontram infectadas com o vírus do HIV/SIDA e, por isso, muito debilitadas para produzir o suficiente para o seu próprio sustento.

A visita de Guebuza, no âmbito da sua Presidência Berta e Inclusiva, visa avaliar o grau de cumprimento do grau quinquenal e o pulsar da província, através do contacto a nível das estruturas governamentais e contacto directo com o próprio povo.

“Também queremos ver como é que se está a realizar a luta contra a pobreza, as metas que estão a ser alcançadas e as dificuldades”, disse Guebuza, falando a imprensa minutos após a sua chegada no Aeroporto de Pemba, capital provincial.

Na sua visita a Cabo Delgado, Guebuza faz-se acompanhar pelo ministro do interior, José Pacheco, de industria e energia, Salvador Namburete, de obras públicas e habitação, Felício Zacarias, da administração estatal, Lucas Chomera, ministra na presidência para assuntos parlamentares, Isabel Nkanvadeka, do vice ministro dos negócios estrangeiros, Henrique Banze, bem como pelo embaixador da Egipto, da Espanha, dos encarregados de negócios da Franca e da Zâmbia

Localizado a cerca de 50 quilómetros da capital Pemba, o distrito de Metuge possui uma população estimada em cerca de 65 mil habitantes, segundo os resultados do censo populacional de 2007. (fonte)

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