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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Marínguè: Régulo desvia uso dos “sete milhões”

24/10/2010

O régulo Maneto, em Marínguè, tomou a iniciativa de utilizar os “sete milhões” que lhe tinham sido atribuídos construindo quatro casas para igual número de esposas. O facto veio à tona na recente visita que o substituto do governador de Sofala, Carvalho Muária, efectuou àquela região da província de Sofala. Mas há em Marínguè outros casos de desvio de aplicação deste dinheiro.

Maputo, Segunda-Feira, 25 de Outubro de 2010:: Notícias
Perante este cenário, Carvalho Muária lançou um vigoroso apelo no sentido de todos os mutuários do fundo de investimento de iniciativa local fazerem tudo para reembolsarem o dinheiro que lhes é atribuído.

Falando durante um encontro com alguns dos beneficiários, Muária mostrou-se bastante preocupado com os níveis de reembolso que se verificam naquele ponto do país que são bastante baixos, ou seja, apenas um quarto do valor total foi desembolsado desde 2007, comparativamente a outros distritos da província.

A insatisfação do governante ganhou ainda maior dimensão quando foi dado a conhecer o caso do régulo Maneto, do posto administrativo de Subue. Segundo o próprio, o dinheiro só poderá começar a ser reembolsado a partir do próximo ano, visto, como acrescentou, a campanha agrícola finda não teve resultados positivos devido à estiagem.

A mesma justificação foi dada pelo régulo Medja, que disse ter usado os fundos na produção agrícola, nomeadamente nas culturas de milho e algodão, mas que tudo a estiagem levou, tanto na primeira como na segunda época.

Por seu turno, o pastor Dendja António disse que a associação que lidera também enfrentou dificuldades para reembolsar os fundos alocados desde 2007 porque inicialmente o projecto de instalação de moageira teve problemas no seu funcionamento relativos a avarias mecânicas que só viriam a ser resolvidos um ano após a sua compra. Neste momento, explicou, a moageira está em pleno funcionamento, mas não há receitas devido à falta de produtos, sobretudo cereais, uma vez que os camponeses não colheram praticamente nada na campanha agrícola finda.

Lino João Nampema, representante de uma associação local de latoeiros e que igualmente beneficiou do FIIL, disse que dos 50 mil meticais disponibilizados em 2007 já devolveram até este ano 16 mil. Explicou que devido à falta de compradores de produtos latoeiros o grupo associativo decidiu idealizar um outro projecto na área agrícola, tendo iniciado com 15 hectares, sendo nove para o presidente e três para cada um dos restantes dois membros da associação.

Em Marínguè há, contudo, alguns exemplos positivos. Por exemplo, Pedro Mesa José, funcionário público, disse ter-se beneficiado de 198 mil meticais em Setembro de 2008 que está a aplicar no comércio e na construção de 11 quartos para arrendamento. Já emprega três trabalhadores número que poderá subir quando o projecto de hospedagem for concluído. Disse que projecta iniciar os reembolsos a partir do próximo ano.

•António Janeiro (retirado daqui)

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